Gestão Ambiental e Desenvolvimento Ambiental

O que é Gestão Ambiental

A gestão ambiental representa a administração e o controle dos impactos antrópicos e sua relação com o meio ambiente. Significa fazer uma intervenção de forma consciente e sustentável nos recursos ambientais em um determinado empreendimento ou atividade. A idéia, portanto, é evitar que um ecossistema seja destruído para realizarmos a construção desse empreendimento sem antes analisar os benefícios para a sociedade e as compensações ambientais que serão necessárias.

Assim, a gestão ambiental pode ser definida como o caminho mais indicado para atender aos anseios e às necessidades de uma população, de uma cidade ou de uma empresa e, ao mesmo tempo, garantir que os recursos ambientais estejam mantidos para as próximas gerações. O mais importante, porém, é entender que esse conceito se torna cada vez mais amplo à medida que a sociedade como um todo valoriza o meio ambiente.

Toda via, a gestão ambiental, atualmente, é muito mais do que ter uma licença para operar e atuar em uma determinada localidade e/ou empreendimento é também agir de forma responsável, levando em consideração os aspectos ambientais e sua relação com o desenvolvimento econômico e social.

Quais são os objetivos da gestão ambiental

De forma prática, são objetivos da gestão ambiental:

Redução dos impactos antrópicos

A principal coisa que deve ser levada em consideração, claro, é a redução dos impactos do homem na natureza ou mesmo evitá-los, quando possível. Ou seja, não é mais aceitável executar uma intervenção que não respeite e preserve os interesses tanto do meio ambiente quanto da sociedade a que está inserida.

Com as práticas corretas de Gestão Ambiental, um empreendimento torna-se muito menos impactante à natureza, conseguindo reduzir os efeitos negativos da intervenção e potencializando os impactos positivos.

Uso racional e sustentável dos recursos naturais

Imagine que a sua empresa vai iniciar uma obra em uma região próxima a um mangue. Por que não planejar o empreendimento de forma a não afetar o ecossistema e, ao mesmo tempo, desenvolver ações para garantir sua preservação? Com a implementação de uma gestão ambiental eficiente, o uso dos recursos naturais se torna muito mais inteligente, evitando desperdícios e gerando valor.

Por que a gestão ambiental é tão importante?

Com a intenção de atingir os objetivos e seguir as diretrizes de sustentabilidade, investir tempo e recursos na gestão ambiental é uma forma de mostrar para a sociedade que é possível ter um meio ambiente equilibrado e ser bem-visto pelas comunidades em que o seu negócio atua. Investir nessas práticas também é uma maneira de implementar técnicas e ações que trabalhem com a ecoeficiência, permitindo o uso mais inteligente dos recursos.

Outro viés importante é a economia circular, que tem entre seus vários pilares a reciclagem e o reaproveitamento de resíduos e co-produtos gerados na produção. A gestão ambiental é, portanto, um método cada vez mais relevante não apenas ao meio ambiente, mas também para tornar as empresas e os seus processos internos mais eficientes, utilizando de forma inteligente e produtiva os seus recursos.

O que é Sistema de Gestão Ambiental e qual sua importância

Com a questão da sustentabilidade em alta nos dias de hoje, fica cada vez mais evidente que a consciência ambiental desempenha um papel definitivo na construção da cidadania. De forma crescente, as pessoas avaliam seus comportamentos em sociedade e como eles se refletem na conservação do nosso ecossistema.

A postura, inclusive, vai além do aspecto comportamental, já que não são somente as pessoas físicas que geram impactos na natureza. As empresas possuem responsabilidade grande nesse contexto, sendo, aliás, cobradas por sua postura ambiental no sentido legislativo e também do público consumidor.

Nesse contesto de mudanças que o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) vem para balizar as ações corporativas em busca do equilíbrio do homem, da indústria e do meio ambiente. Definição importante para esses novos tempos de valorização dos empreendimentos verdes, é que o SGA é um conjunto de políticas, práticas e procedimentos técnicos e administrativos de uma empresa com o objetivo de obter um melhor desempenho ambiental, social e econômico.

Todas as oportunidades e melhorias nos processos do negócio também devem ser buscadas pelo viés do SGA, a fim de reduzir os impactos de suas atividades produtivas no meio. A norma ISO 14001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a responsável por regulamentar o sistema, estabelecendo os requisitos de implementação e operação. É importante acrescentar, ainda, que este modelo sustentável de gerenciamento está fundamentado nos cinco princípios a seguir, que devem ser obedecidos pelas empresas:

1. Conhecer o que deve ser realizado, assegurando o comprometimento com o SGA e definindo a política ambiental;

2. Elaborar um plano de ação voltado ao atendimento dos requisitos da política ambiental;

3. Assegurar as condições para o cumprimento dos objetivos e metas ambientais e implementar as ferramentas de sustentação necessárias;

4. Realizar avaliações qualiquantitativas periódicas de conformidade ambiental da empresa;

5. Revisar e aperfeiçoar a política ambiental, os objetivos e metas e as ações implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa.

Benefícios de se adotar o Sistema de Gestão Ambiental

De certa forma para ser considerado um empreendimento sustentável, uma atividade, seja ela qual for, deve percorrer um caminho que certamente demanda esforços e investimentos, uma vez que depende de muito comprometimento em todos seus setores para a melhoria efetiva dos processos.

Por outro lado, a proposta do SGA aplicada às empresas traz inúmeros benefícios, como a redução de riscos de acidentes ecológicos e a melhoria significativa na administração dos recursos energéticos (como água e luz), materiais e humanos. O fortalecimento da imagem da empresa junto à comunidade, assim como aos fornecedores, stakeholders, clientes e autoridades também entram na lista das vantagens de se seguir um modelo sustentável de gerenciamento. Vale dizer que a tendência da procura por produtos e serviços oriundos de empresas ecologicamente conscientes e socialmente responsáveis, que já é comum na Europa, está se fortalecendo de forma impressionante no Brasil. Outro ponto positivo é a possibilidade de conquistar financiamentos governamentais e bancários, assim como programas de investimento, que aumenta consideravelmente com o bom histórico ambiental das empresas.

O que é Desenvolvimento Sustentável

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento socioeconômico e a conservação ambiental.

Princípios do desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento sustentável tem como princípios:

Desenvolvimento econômico
Desenvolvimento social
Conservação ambiental

Para isso, são priorizadas ações em prol de uma sociedade mais justa, igualitária, consciente, de modo a trazer benefícios para todos. Ao mesmo tempo, deve-se reconhecer que os recursos naturais são finitos o que nos leva a crer que o desenvolvimento deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apresentados a baixo, foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030.

  1. Erradicar a pobreza
  2. Erradicar a fome
  3. Saúde de qualidade
  4. Educação de qualidade
  5. Igualdade de gênero
  6. Água potável e saneamento
  7. Energias renováveis e acessíveis
  8. Trabalho digno e crescimento econômico
  9. Indústrias, inovação e infraestruturas
  10. Redução das desigualdades
  11. Cidades e comunidades sustentáveis
  12. Consumo e produção responsáveis
  13. Ação contra a mudança global do clima
  14. Vida na água
  15. Vida terrestre
  16. Paz, justiça e instituições eficazes
  17. Parcerias e meios de implementação

Agenda 21 brasileira

A Agenda 21 Brasileira foi criada em 1996 pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS). Ela tem como objetivo firmar os compromissos da sociedade brasileira com o desenvolvimento sustentável.

Efetivamente implementada em 2002, esse instrumento é baseado nas diretrizes da Agenda 21 Global. No Brasil, os resultados são positivos e crescem cada vez mais de maneira descentralizada, e assim, buscando o fortalecimento da sociedade e do poder local.

Muitos municípios brasileiros aderiram à Agenda 21 e se comprometeram com o desenvolvimento local em nível ambiental, social, cultural, econômico, assegurando a sustentabilidade da comunidade. Portanto, a Agenda 21 Brasileira é um importante instrumento de participação cidadã e ação coletiva em prol de uma sociedade sustentável.

Atribuições da Engenharia Ambiental

Conforme a Resolução CONFEA nº 447 de 22/09/2000 e de acordo com a RESOLUÇÃO Nº 218, DE 29 DE JUNHO DE 1973 que discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em seu art. 1º, diz que: “Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades”:

Atividade 01 – Supervisão, coordenação e orientação técnica;

Atividade 02 – Estudo, planejamento, projeto e especificação;

Atividade 03 – Estudo de viabilidade técnico-econômica;

Atividade 04 – Assistência, assessoria e consultoria;

Atividade 05 – Direção de obra e serviço técnico;

Atividade 06 – Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;

Atividade 07 – Desempenho de cargo e função técnica;

Atividade 08 – Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica;

Atividade 09 – Elaboração de orçamento;

 Atividade 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade;

Atividade 11 – Execução de obra e serviço técnico;

Atividade 12 – Fiscalização de obra e serviço técnico;

Atividade 13 – Produção técnica e especializada;

Atividade 14 – Condução de trabalho técnico; Atividade 18 – Execução de desenho técnico.